quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Ano Jackson do Pandeiro

José Gomes Filho, mais conhecido como Jackson do Pandeiro, nasceu em Alagoa Grande‐PB, no dia 31 de agosto de 1919, e faleceu em Brasília‐DF, no dia 10 de julho de 1982. Muito embora filho do brejo, foi na região do agreste, em Campina Grande, que ele despontou para os palcos, profissionalizando‐se. É, indiscutivelmente, um dos nomes mais importantes ligados à Rainha da Borborema, no campo artístico.
A relevância de Jackson para a música brasileira é atestada em diferentes depoimentos e documentos, pois, com criatividade e irreverência, mostrou ao Brasil sua versatilidade cantando coco, frevo, marchinha e samba, dentre outros ritmos. Aqui na Paraíba, alguns projetos já homenageiam o referido artista, a exemplo do Memorial Jackson do Pandeiro, em sua terra natal; o monumento de bronze Farra de Bodega, de Joás Pereira Passos, localizado em Campina e que põe lado a lado Jackson e Gonzaga; e o próprio Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP - UEPB), popularmente chamado de Museu dos Pandeiros, por conta da sua estrutura.
O projeto Ano Jackson do Pandeiro celebra esse artista por meio de várias ações, incluindo a produção de um espetáculo musical inédito, a publicação de um livro, a realização de concertos didáticos, a promoção de eventos acadêmicos e científicos, a execução de oficinas de percussão regional, dentre outras. A meta é oferecer atividades gratuitas para a comunidade em geral, ao longo de vários meses. Lançado em julho de 2018, numa parceria da Affins Produções com o Festival Internacional de Música de Campina Grande, a proposta foi também concebida para festejar os dez anos do FIMUS. Desde então, percebe-se que a iniciativa inspirou o poder público e outras instituições a decretarem 2019 como Ano Cultural Jackson do Pandeiro. Os atos administrativos do Governo do Estado da Paraíba (Decreto), da Câmara Municipal de Campina Grande (Lei), da cidade de Alagoa Grande (Decreto) e da Universidade Estadual da Paraíba (Decreto) ratificam a nossa premissa. Seria interessante que, à semelhança do que ocorreu no ano do centenário de Luiz Gonzaga, em 2012, projetos no âmbito nacional, sob a tutela da Secretaria Especial da Cultura (Ministério da Cidadania) e da FUNARTE, também pudessem ganhar mais evidência.
Muito embora o reconhecimento da obra jacksoniana seja ponto pacífico entre fãs e estudiosos, é certo que suas gravações originais não estão mais nas playlists dos meios de comunicação. Este projeto tem, portanto, a missão de apresentar, sobretudo às novas gerações, quem foi esse artista e a sua música, contribuindo, deste modo, para a preservação da nossa memória e história. Para a realização deste empreendimento, pretendemos firmar parcerias com órgãos públicos e privados a fim de conseguir apoio para as diferentes atividades que serão desenvolvidas.
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)