A Guajira espúria é um dos
temas incluídos na Chegança de Mouros,
coletada na cidade de Natal-RN, por Mário de Andrade, e inserida no livro Danças Dramáticas do Brasil, primeiro
tomo, publicado pela Editora Itatiaia em convênio com o Instituto Nacional do
Livro e a Fundação Nacional Pró-Memória, de Belo Horizonte, em 1982. No início deste ano, compus uma obra para coro misto a quatro vozes
usando o material coletado por Mário de Andrade, que registrou a chegança na
versão fonética mais aproximada, tomando como base a dicção dos seus
colaboradores. A transcrição prosódica do pesquisador foi mantida na
composição, razão pela qual regentes e cantores devem atentar para este aspecto
durante o processo interpretativo. Originalmente, a canção possui dez versos.
No entanto, nesta composição usei apenas as estrofes um, dois, quatro, sete e
dez.
A obra está divida em três seções, sendo a primeira até o compasso 31, a segunda até o compasso 50 e a última até o 62. Enquanto a primeira e terceira seção são notadamente homofônicas e baseadas no mesmo material, a seção intermediária é contrastante, evocando o espírito seresteiro e modinheiro da música brasileira da primeira metade do século XX. Sob a perspectiva melódica e harmônica, a obra apresenta elementos modais típicos do Nordeste brasileiro. A alternância do compasso ternário simples com o binário composto enriquece o caráter rítmico e dançante típico da guajira, de origem cubana.
A estreia da obra ocorreu nos Estados Unidos da América, com o Texas A & M University Concert Chorale, sob minha regência (vídeo). Durante a preparação, colaborei dando sugestões sobre o tempo e a pronúncia do Português Brasileiro, levando em consideração as idiossincrasias do texto. Um fato interessante nesse processo foi a minha participação em um dos ensaios do grupo por meio do SkypeTM. Discuti com o maestro Randall Hooper a melhor forma de viabilizar esse encontro virtual e no dia e horário combinados tive a honra de acompanhar o nascimento da obra.
Após uma semana naquela universidade, regendo, cantando e proferindo palestras, volto para o Brasil com vários projetos em andamento. O primeiro deles é que pretendemos trazer o TAMUC Chorale e seu regente para o Festival Internacional de Música de Campina Grande. A segunda é que também iremos levar o Coro de Câmara de Campina Grande, ainda este ano, para aquela universidade. Enquanto voo, penso na velocidade, no tempo e nas distâncias percorridas. Fiquei imaginando como Mário de Andrade reagiria ao saber que os frutos da sua pesquisa foram ressignificados, ganhando novos sentidos em terras estadunidenses, e o que ele diria sobre aquele ensaio via internet. Tal como na guajira, a permanência e a alternância são marcas da nossa contemporaneidade e diluem nossas fronteiras, ora nos afastando, ora nos aproximando.
A obra está divida em três seções, sendo a primeira até o compasso 31, a segunda até o compasso 50 e a última até o 62. Enquanto a primeira e terceira seção são notadamente homofônicas e baseadas no mesmo material, a seção intermediária é contrastante, evocando o espírito seresteiro e modinheiro da música brasileira da primeira metade do século XX. Sob a perspectiva melódica e harmônica, a obra apresenta elementos modais típicos do Nordeste brasileiro. A alternância do compasso ternário simples com o binário composto enriquece o caráter rítmico e dançante típico da guajira, de origem cubana.
A estreia da obra ocorreu nos Estados Unidos da América, com o Texas A & M University Concert Chorale, sob minha regência (vídeo). Durante a preparação, colaborei dando sugestões sobre o tempo e a pronúncia do Português Brasileiro, levando em consideração as idiossincrasias do texto. Um fato interessante nesse processo foi a minha participação em um dos ensaios do grupo por meio do SkypeTM. Discuti com o maestro Randall Hooper a melhor forma de viabilizar esse encontro virtual e no dia e horário combinados tive a honra de acompanhar o nascimento da obra.
Após uma semana naquela universidade, regendo, cantando e proferindo palestras, volto para o Brasil com vários projetos em andamento. O primeiro deles é que pretendemos trazer o TAMUC Chorale e seu regente para o Festival Internacional de Música de Campina Grande. A segunda é que também iremos levar o Coro de Câmara de Campina Grande, ainda este ano, para aquela universidade. Enquanto voo, penso na velocidade, no tempo e nas distâncias percorridas. Fiquei imaginando como Mário de Andrade reagiria ao saber que os frutos da sua pesquisa foram ressignificados, ganhando novos sentidos em terras estadunidenses, e o que ele diria sobre aquele ensaio via internet. Tal como na guajira, a permanência e a alternância são marcas da nossa contemporaneidade e diluem nossas fronteiras, ora nos afastando, ora nos aproximando.
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