O Coro de Câmara de Campina Grande começou a sua turnê na França pela cidade de Olivet, localizada na região central, nos arredores de
Orléans, lugar onde Jeanne d’Arc deu os primeiros passos para o processo de libertação daquele país. Em Olivet, o grupo ficou hospedado em várias residências, tendo a
oportunidade de vivenciar in loco os
múltiplos aspectos da cultura francesa.
No dia seguinte à nossa chegada, a animação era grande. Os
cantores falavam sobre a arquitetura e a decoração
das casas, os jardins floridos anunciando a chegada da primavera e, é claro, as
maravilhas da cozinha francesa. Todos queriam contar o que haviam saboreado,
descrever em detalhes o ritual das refeições e suas múltiplas etapas. Tal como
nosso repertório, o cardápio era rico e incluía aperitivos, vinhos, pães,
queijos e chocolates.
Nosso primeiro contato musical aconteceu no Conservatório.
Para aproximar os dois grupos de alunos, desenvolvemos várias atividades. Inicialmente,
trabalhamos conjuntamente La Marseillaise
e o Hino Nacional Brasileiro, porque
iríamos apresentá-los na cerimônia de encerramento. Depois, seguimos para a
Église Saint Martin, onde ensaiamos a Messe
en Sol, de Franz Schubert. Fundamentalmente, a orquestra e o coro eram
formados por alunos e professores do Conservatoire de Rayonnement Communal
d’Olivet
e da École
Municipale de Musique de Gien, bem como músicos convidados, a exemplo de Damien
Colcomb, famoso organista da região. Nosso som encheu de vida aquele templo
de paredes grossas e frias, colunas altas e acinzentadas, marcadas pela ação dos
séculos. No dia seguinte, no Espaces Desfriches, na Biblioteca Municipal,
cantamos para o seleto público que assina a série de concertos Heures Musicales. A plateia interagiu
conosco. Ao final do concerto, fomos recebidos pelo prefeito de Olivet e demais
autoridades ligadas à arte e à cultura. As crianças anfitriãs, vestidas com as
camisetas do Coro de Câmara de Campina Grande, nos homenagearam com mensagens
em francês, inglês e português. Logo depois, deixaram o ambiente e foram
brincar no jardim. Pela larga janela de vidro no fundo da sala, vi que Sofia e
Vinicius também estavam inseridos naquele mundo sem barreiras.
A importância do intercâmbio e a necessidade de continuá-lo
foi a tônica nos discursos ao longo da cerimônia. Por isso, não hesitei e convidei-os
para conhecerem o Brasil, o Nordeste, a Paraíba e a Rainha da Borborema. Eufóricos, brindamos com champagne. Aos poucos nos contagiamos com a alegria que a música faz brotar nos corações. E logo nos tornamos cúmplices no
canto e no riso. Terminada a cerimônia, nos reunimos em diferentes casas para continuar
a celebração. E tudo isso, é claro, foi acompanhado de muito vinho, pães, foie
gras, cassoulet, fromage, chocolat, samba, coco, forró e quadrilha. En avant, tous!
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
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