As convenções das associações de regentes
realizadas nos Estados Unidos da América são eventos únicos. Quem trabalha
nesse campo deveria prestigiar um encontro desses, pelo menos uma vez na vida, porque
são oportunidades para encontrar nomes de referência, ouvir corais com
excelente padrão de qualidade, conhecer as novas tendências do mercado, adquirir materiais diversos e expandir os contatos, os horizontes.
As reuniões podem acontecer anual ou
bienalmente. A American Choral Directors Association (ACDA), por exemplo,
realiza conferências regionais e nacionais alternadamente. Os primeiros
congregam maestros de determinadas áreas do país, enquanto os segundos ocorrem
em grandes cidades e juntam mais de vinte mil participantes dos EUA e do mundo,
que são divididos em diferentes categorias. Tive uma experiência inesquecível
em 2005, numa convenção nacional, na Califórnia, como tenor do LSU A Cappella
Choir, que se apresentou como grupo convidado, sob a direção do professor
Kenneth Fulton. Cantamos na Catedral de Los Angeles e na Disney Hall, ao lado do
Mormon Tabernacle Choir.
No Texas, TODA, TCDA e TBA são,
respectivamente, confrarias que reúnem diretores de orquestra, de coros e de
bandas. Anualmente, a cidade de San Antonio é invadida por profissionais que se
encontram para trocar ideias e discutir variados temas. Em 2014, participei
como palestrante de uma dessas mesas-redondas, ensejo no qual falei sobre
a obra de Reginaldo Carvalho. Além dos concertos, estive em muitas sessões e
também visitei o espaço destinado à exposição. Durante os dias
do congresso, há um local reservado para conhecimento de repertório. Selecionam-se
peças para todo tipo de agrupamento. As editoras imprimem cadernos com cerca de
quinze obras, que são distribuídos gratuitamente nas entradas das salas, que ficam
lotadas. Um ou dois líderes, acompanhados por um pianista, conduzem o corão,
que, após breves explanações, lê à primeira vista, cantando a peça uma única
vez. Essa atividade dura aproximadamente uma hora e é muito enriquecedora.
Concluída a leitura, muitos se dirigem aos quiosques, onde é possível obter ou encomendar tais composições e arranjos.
O volume de negócios nessas feiras é elevado. No centro comercial, compram-se livros, partituras e manuais impressos e digitais;
vestimentas e sapatos; instrumentos, DVDs, softwares, hardwares, acessórios e muito mais, recursos que ampliam as possibilidades da nossa atuação em sala de aula, no
ensaio e no palco. Entretanto, é preciso estar atento para não consumir excessivamente e ter cuidado com o lixo que é distribuído livremente. National Collegiate Choral Organization, Chorus America e Barbershop Harmony Society são outras organizações que também promovem esse modelo de iniciativa, cada uma voltada para uma clientela específica. Muito embora o
investimento seja relativamente alto, o retorno é inestimável. Por isso, conheça as entidades e considere a possibilidade de participar das convenções. Caso vá, leve a mala vazia.
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
quinta-feira, 23 de abril de 2020
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Um comentário:
Muito interessante e motivador!!
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