O LP Autores e Intérpretes foi gravado em João Pessoa, na Fundação Espaço Cultural (FUNESC), entre os dias 12 e 16 de abril de 1984, há exatos 36 anos. O disco tem o selo da Universidade Federal da Paraíba e foi produzido com o apoio do MEC, FUNARTE e Instituto Nacional da Música, durante a gestão do Reitor Berilo Ramos Borba. Integraram a equipe técnica Frank Justo Acker (técnico de gravação) e Chico Pereira (programação visual e foto da capa), dentre outros.
O álbum tem dezesseis faixas com as seguintes obras instrumentais e vocais: Brasileirando (Flávio Fernandes de Lima); Variações e Bartokiando (Eli-Eri Moura); Melissa e Meyse (José Ursicino da Silva - Duda); Caboclinho e Vamo vadiá (José A. Kaplan); Garatuja (Dimas Segundo Sedícias); Poema concreto (Trabalho coletivo do Quinteto Itacoatiara); Xô-Xô Pavão (Ernani Braga); Escorregando (Ernesto Nazareth - José A. Kaplan); Seresta (Antônio José Madureira); Fantasia sobre Asa Branca (José Euclides dos Santos); Maracatu e O Salutaris (Gazzi de Sá); e O Gemedô (Gilvan Chaves - José A. Kaplan).
Participaram da gravação docentes e grupos da UFPB, incluindo o Quinteto de Sopros, o Trio de Câmara, o Quinteto de Metais, o Duo Kaplan-Parente, o Quinteto Itacoatiara, o Cordas e Sopros e o Coral Universitário da Paraíba. Por um lado, temos composições experimentais, que exploram diferentes processos, enquanto outras, mais ortodoxas, empregam elementos e procedimentos convencionais, sejam ideias originais ou referências à tradição oral e urbana, como é possível observar nas criações que têm caráter mais dançante e que recorrem, por exemplo, aos elementos estruturais do baião, do frevo, do maracatu, do caboclinho, do tango e da seresta (veja o vídeo).
Autores e Intérpretes reúne nomes consagrados e novos, a exemplo do compositor Eli-Eri Moura, que naquela época ainda era aluno do Bacharelado em Piano, estudava composição com o experiente mestre argentino e também lecionava na Anthenor Navarro. Este trabalho sintetiza um período de grande dinamismo na UFPB, tanto no Campus I, na capital, quanto no Campus II, em Campina Grande, que havia criado o seu Núcleo de Extensão Cultural (NEC) há pouco tempo. O lançamento desta coleção, com obras inéditas e arranjos, evidencia a alta qualidade da música de câmara do nosso estado, tanto no âmbito criativo quanto interpretativo, confirmando que todo o investimento feito em arte e cultura na gestão do professor Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque gerou frutos. Por fim, projetos dessa natureza consolidam a relação entre ensino, pesquisa e extensão no contexto das nossas instituições. Iniciativas como estas promovem o belo, a música nacional, motivo pelo qual devem ser permanentes e amparadas com toda sorte de recursos, preservando o lugar da arte no cenário universitário. Só assim, todos saberão porque passamos horas compondo, ensaiando, gravando e produzindo na academia.
Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)
sábado, 18 de abril de 2020
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3 comentários:
Prof, Dr. Vladimir. show, bom demais!
Oi, Ralmon. Um patrimônio da nossa universidade. Um álbum para entrar na história, com obras maravilhosas.
Esse material ficou ótimo. É muito importante conhecer um pouco da nossa história e sobretudo, da música produzida na academia.
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